Ministério Educativo Visão de Águias

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dezembro 18, 2016

4ª Lição Discipulado conforme o coração de Deus


3º Capítulo =  Liderança pertence a Deus, discipulado foi entregue a nós.



Portanto, ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado” (Mt. 28:19-20)


Eu início este capítulo estabelecendo uma reflexão sobre o versículo mencionado acima. Escolhi este texto, especificamente porque este texto não é um texto comum; ao contrário, se analisarmos cuidadosamente, exegeticamente, vamos perceber que este texto de Mateus 28 é um diferencial dentro das Sagradas Escrituras por possuir singularidades que nenhum outro possui, quando o assunto é discipulado.

A partir de um pequeno texto de poucas linhas podemos extrair revelações poderosas deixadas pelo nosso Senhor Jesus Cristo. Primeiramente compreenderemos este texto isoladamente, posteriormente o compreenderemos dentro de um contexto maior que são os aspectos e fundamentos teológicos do Novo e a partir de então o compreenderemos em relação aos ensinamentos práticos que ele nos oferece em relação ao discipulado como ministério humano e a liderança como ministério Divino.

O texto do “ide” em Mateus 28 constitui-se em um elo, uma ligação. O elo que liga dois momentos históricos específicos, envolvendo o povo de Deus. O elo que liga o final do ministério humano e o início do ministério espiritual de Jesus Cristo. O elo que liga a conclusão da obra expiatória de Cristo com o início do discipulado. O elo que torna os discípulos em apóstolos. O elo que liga a conclusão dos Evangelhos e o início dos atos apostólicos. O elo que inicia a história da Igreja. O elo que coloca em prática todos os preceitos recebidos e absorvidos pelos doze ao longo dos três anos em que se desenvolveu o ministério humano de Jesus.

Jesus estava na Galileia, junto a seus discípulos, prestes a encerrar a etapa humana de seu ministério de discipulador: ganhou, consolidou vidas; realizou milagres e prodígios:

ü  Curou um leproso, o criado de um centurião, a sogra de Pedro (Mateus 8);
ü  Apaziguou uma tempestade e expulsou demônios (Mateus 8);
ü  Curou um paralítico, uma mulher com fluxo de sangue, dois cegos e um mudo (Mateus 9);
ü  Curou um homem que tinha uma das mãos mirrada (Mateus 12);
ü  Andou sobre o mar (Mateus 14);
ü  Multiplicou pães e peixes (Mateus 15);
ü  Transfigurou-se junto aos discípulos (Mateus 17);
ü  Curou um lunático (Mateus 18);

Todas estas maravilhas foram contabilizadas apenas no Evangelho de Mateus, isto sem contar outros milagres que Jesus eventualmente possa ter realizado sem que estes fossem registrados nos Evangelhos.

Porém o ministério humano de Jesus não constitui apenas de milagres. O Senhor Jesus, como líder nato que era, também se preocupou em construir um legado (o que deve ser alvo de preocupação de todo discipulador), também se preocupou em fazer discípulos, também se preocupou em consolidar e treinar estes discípulos, também se preocupou em preparar sucessores que pudessem colocar em prática estes ensinamentos para gerarem novos discípulos.

Ao longo de três anos de ministério humano, Jesus Cristo formou estes discípulos naquela que eu costumo chamar de Primeira Faculdade Teológica Cristã da história, aonde ele mesmo foi o reitor e o professor que trouxe um ensino inovador e diferente de tudo o que as pessoas tinham visto naquela época. Um ensino prático que rompeu com todo o tradicionalismo e que colocou em xeque o sistema religioso da época.

O ensino era basicamente simples, e sua essência rompia com toda a superficialidade presente nos ensinamentos dos escribas e dos fariseus, estabelecendo um padrão de valores eternos e imutáveis que devem nortear a vida de todos aqueles que desejam segui-Lo. Por meio destes ensinamentos, Jesus firma os princípios espirituais do Reino de Deus, a Constituição Celestial. É por esta razão que todas as vezes em que os fariseus tentavam acusar Jesus segundo as tradições judaicas, Jesus estava um passo à frente demonstrando aquele que toda complexidade da Lei era insuficiente e superficial em face do padrão ético e moral do Reino de Deus. Estes ensinamentos, eram ofertados gratuitamente em locais comum como montanhas e praia. Eram recebidos por meio de ensinamentos, sermões proféticos e parábolas.

Retornando agora ao texto de Mateus 28, após sofrer a terrível morte vicária na Cruz, trazendo redenção a humanidade, Jesus estava ressurreto e novamente reunido com os seus discípulos, que dali a alguns minutos se tornariam os primeiros discipuladores da Igreja. A preocupação de Jesus, agora, era transferir o ministério humano aos seus discípulos; transmitir a eles as últimas instruções antes de se ascender aos Céus para iniciar o seu ministério espiritual.

O “ide, fazei discípulos de todas as nações” coloca fim ao ministério humano de Jesus. Transfere aos novos apóstolos a responsabilidade de manter o legado exatamente da forma como Jesus estruturou, pautado nos mesmos princípios, nas mesmas leis, nos mesmos valores. Os apóstolos assumem o trabalho de discipulado que deu origem a Igreja; e o Senhor, assume a liderança. Jesus instrui os discípulos a permanecerem em Jerusalém:

Ficai, pois em Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc. 24:49). Esta ordem era basicamente simples: Eles necessitavam do Batismo com o Espírito Santo, uma vez que é o Espírito, o agente realizador de toda e qualquer obra. Podemos considerar que o poder do Espírito Santo através da Igreja é a característica mais forte do livro de Atos dos Apóstolos (aonde se cumpriu a profecia de Jesus). Por este motivo, iniciei o capítulo afirmando ser o “ide” o elo que liga a conclusão dos Evangelhos aos atos apostólicos, pois se analisarmos o próprio livro de Atos, concluiremos que ele é uma continuidade dos Evangelhos, de forma a estar ligado a eles através do “ide”.

O Espírito Santo é capaz de mudar vidas. É o poder do Espírito na vida de Jesus que o autorizou a pregar o Reino de Deus e executar sinais. O mesmo poder do Espírito (Atos 2) transferiu a mesma autoridade aos discípulos. Portanto, Jesus é o maior estereótipo de uma vida plena, cheia do Espírito e habilitada pelo Espírito. A presença do Espírito Santo na vida de um cristão dirige os seus atos, os seus pensamentos, as suas palavras e as suas escolhas; ou, pelo menos deveriam dirigir. Por esta razão, a liderança pertence ao Senhor.

O Senhor Jesus, agora nos Céus, assume o seu ministério espiritual: interceder por nós a direita do Pai (Conforme Rm. 8:34) e governar através de um reinado que por hora é igualmente espiritual, mas que futuramente ao cumprir-se as profecias, será um reinado físico, que se estenderá a todos os povos, línguas, raças, tribos e nações.

E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim” (Lc. 1:33)

Um governo espiritual para superar as limitações da liderança humana.

Como está escrito no título deste capítulo, o discipulado (ministério humano) foi entregue a nós, mas a liderança pertence somente ao Senhor. E vou te explicar o porquê...

Desde a criação humana, o Senhor Deus buscou se relacionar com o homem. Isto é notório, como percebe-se na passagem do texto de Gênesis 3.8: “E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia”. Esta passagem revela claramente que Deus sentia o desejo de construir um relacionamento de intimidade e comunhão com o homem.

Deus, por ser criador, já detinha naturalmente os atributos de Soberania. É interessante quando Deus questionou Jó, perguntando-lhe “Onde estavas tu, quando eu fundava a terra” (Jó 38:4). O Senhor, mesmo amando a sua criação, mesmo se relacionando com sua criação, já havia deixado claramente estabelecido a sua Soberania como líder, como rei.

O Senhor cedeu ao homem o domínio da terra (Conforme Gn. 1:26), porém apesar de o homem possuir a autoridade sobre a terra, a autoridade espiritual continuava nas mãos do Senhor, o Soberano Criador. O relacionamento entre Deus e o homem foi condicionado a uma lei:Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás”. (Gênesis 2:17).

Pela primeira vez, o Governo Espiritual foi estabelecido sobre a humanidade. Mesmo Deus tendo fornecido ao homem, o livre-arbítrio, em sua infinita sabedoria compreendia que o homem não seria capaz de autogovernar, pois se assim o fizesse causaria sua própria destruição. Por esta razão, a liderança de Deus sobre o homem era iminente, visto que Adão (recém-criado) não possuía experiência e maturidade o suficiente para seguir o seu próprio caminho.

Nenhum ser humano é capaz de se conduzir sozinho. Basta pensarmos que se nos deslocarmos a um espaço geográfico em que não estamos habituados a ir, se não recebermos de alguém as devidas orientações, nos perderemos e não chegaremos a lugar nenhum. Assim como as placas de sinalização e as leis de trânsito além de orientarem o motorista, o livra de acidentes e percalços na estrada; de tal forma, o Governo de Deus e suas Leis estabelecidas orientam a humanidade, também a livrando de acidentes e percalços no caminho. Imagine se não houvessem leis de trânsito. Imagine se cada um dirigisse como bem entendesse.

Quando era jovem, um de meus hobbies prediletos era fazer trilhas. Para um “trilheiro” inveterado, quanto mais difícil o acesso e o percurso ao local, maior será a adrenalina e o prazer de desbravar o lugar. Entretanto, era muito comum em nosso meio, notícias de jovens que adentravam matas desconhecidas e muitos, após se perderem, não conseguiam retornar e faleciam em meio ao trajeto ou ao desespero. Como sempre responsável, eu orientava meu grupo de que era uma grande tolice (para não dizer loucura), andar por trilhas sem a devida orientação de alguém que conhece muito bem aquele ambiente. Seria suicídio. De tal forma, estabeleceu-se sobre Adão, o Governo de Deus. O Senhor, em seu infinito amor pleiteava no seu relacionamento de amor e amizade, conduzir Adão pelo caminho certo.

Entretanto, uma falha terrível aconteceu. O ser humano sempre ambicionou ter em suas mãos, a autoridade da liderança. O homem, para o seu próprio infortúnio, sempre desejou romper com o Governo de Deus para seguir seu próprio caminho e se entregar aos seus próprios desejos.

Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. Então foram abertos os olhos de ambosGênesis 3:4-7

A queda de Adão e Eva nos remete a uma linha de raciocínio muito mais complexa do que costumeiramente imaginamos. O pecado de Adão e Eva não consistiu apenas em comer o fruto proibido. O pecado de Adão e Eva também consistiu em ambicionar ser igual a Deus, ambicionar pensar como Deus pensava, ambicionar ter para si os atributos de Deus. Ambicionar tomar para si o governo, o domínio que pertence a Deus. As consequências foram terríveis: expulsos do jardim; escravos da morte física; e o mais grave, ao meu ver, perderam a comunhão e o relacionamento com Deus.


Este capítulo foi escrito pelo Prof. Fabio Luiz de Souza,

Presidente do Ministério Frutos de Justiça.

http://www.frutosdejustica.com/


DISCIPULADO CONFORME O CORAÇÃO DE DEUS
Jr. 3:15 “E Dar-Vos-Ei Pastores Segundo O Meu Coração, Os Quais Vos Apascentarão Com Ciência E Com Inteligência” 

A. PENNER PUBLISHING
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DISCIPULADO CONFORME O CORAÇÃO DE DEUS
ISBN NUMBER:  978-0-9881063-2-1




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